segunda-feira, 15 de agosto de 2011

COMEÇAM AS COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DE LUIZ GONZAGA - O REI DO BAIÃO


Livro antecipa a comemoração do centenário de Luiz Gonzaga

O Globo, 23/12/2010
Livro antecipa a comemoração do centenário de Luiz Gonzaga
Primeira tiragem, de três mil exemplares, é distribuída em bibliotecas e museus
Misto de luxuoso coffee table book com substanciosa obra de referência, após a leitura de “O rei e o baião” fica a pergunta: o que ainda fazer daqui a dois anos, quando Luiz Gonzaga completaria 100 anos?
Talvez uma edição comercial desse livro, já que, como explica o artista gráfico Bené Fonteles, organizador do volume, essa primeira tiragem, de três mil exemplares, não pode ser vendida. Ele está sendo distribuído gratuitamente pelo Ministério da Cultura por bibliotecas públicas, museus, músicos que tiveram relação com o sanfoneiro, familiares (como o neto, Daniel Gonzaga), pesquisadores e jornalistas especializados.
- Trabalhamos através dos últimos cinco anos nesse projeto, aprovado ainda durante a gestão de Gilberto Gil no ministério – explica Fonteles, responsável pela coordenação editorial, pela pesquisa, pela edição e pelo projeto gráfico do livro, bancado pela Fundação Athos Bulcão e pelo Fundo Nacional de Cultura do MinC. – A partir do ano que vem, se alguma editora se interessar, ele poderá ganhar uma edição comercial, mas não há nada encaminhado nesse sentido.
Pesquisa vai para museu
O livro foi lançado em 13 de dezembro – dia em que o sanfoneiro completaria 98 anos -, em Recife, onde, no dia 28 de dezembro, vai acontecer outro evento comemorativo. No que será um dos últimos compromissos oficiais de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente, acontecerá a abertura oficial das obras do Cais do Sertão Luiz Gonzaga, um grande museu hi-tech sobre a cultura nordestina que ocupará dois armazéns nas margens do Rio Capibaribe, no Marco Zero da capital pernambucana.
- O livro é o fundamento desse museu, e todo seu material de pesquisa, incluindo a rica iconografia, com muitas fotos raras, será incorporado ao acervo do museu, que terá uma área reservada à obra de Gonzagão, e que estará pronto em 2012, a tempo de seu centenário – explica Fonteles, contando ainda que um CD com as imagens que o livro traz também está sendo distribuído para bibliotecas e museus Brasil afora.
“O rei e o baião” alterna textos analíticos sobre a obra e a figura de Luiz Gonzaga com ensaios artísticos, encomendados a xilogravuristas (João Pedro do Juazeiro, José Lourenço e Francorli e Carmen) e a um fotógrafo (Gustavo Moura, que retratou o sertão e seus habitantes).
- Além da análise da obra, quisemos mostrar como ele continua tão vivo no imaginário popular. Muito da ideia que temos da cultura nordestina se deve à música e também ao visual que ele idealizou – conta Fonteles, que, também autor de alguns dos textos, lembra que Luiz Gonzaga foi o criador do segundo grande ícone pop da cultura brasileira, logo após Carmen Miranda.
Se a Pequena Notável espalhou pelo planeta – graças a Hollywood – a imagem da baiana estilizada, que até hoje inspira imitações e caricaturas mundo afora, o visual cangaceiro de Gonzagão virou o padrão para muitos artistas nordestinos. Na abertura do livro, o trecho de uma entrevista do artista ao “Pasquim”, em 1972, relembra essa história: “Naquela época, eu percebia que todo cantor regional, todo cantor estrangeiro tinha uma característica própria. O gaúcho, aquela espora, bombacha, chapelão. O caipira tinha lá o seu chapéu de palha. O carioca tinha a famosa camisa listrada e o chapéu-coco. Os americanos, os cowboys. (…) Escrevi para a mamãe pedindo um chapéu de cangaceiro com toda urgência. No primeiro portador que teve, ela mandou o chapéu. Rapaz, quando eu botei o pé no palco da Rádio Nacional só faltaram me matar de raiva. “Como é que você, um mulato formidável, um artista fabuloso, se passa por um negócio desse? Reviver o cangaço, cangaceiros, facínoras, ladrões, saqueadores?” Eu disse: “Não se trata disso. É outra coisa.” Eu agora sou um cangaceiro musical. Aí fiquei com essa característica.”
Ainda entre os ensaístas do livro  estão Antônio Risério, Gilmar de Carvalho (“É, atualmente, o maior especialista na cultura nordestina, é o Câmara Cascudo contemporâneo”, avaliza Fonteles), Hermano Vianna, Sulamita Vieira e Elba Braga Ramalho – esta, quase homônima da cantora paraibana, é uma musicóloga que faz uma rigorosa análise técnica da obra do sanfoneiro, no capítulo “O repertório de Luiz Gonzaga”.
Rigorosos e esclarecedores textos, mas, até 13 de dezembro de 2012, mais sobre Luiz Gonzaga deve vir a público. Incluindo o filme em que o diretor Breno Silveira vem trabalhando, baseado no livro “Gonzaguinha e Gonzagão: uma história brasileira”, de Regina Echeverria, mas que também usa a pesquisa de “O rei e o baião” como fonte de referência.
LUIZ GONZAGA CANTA EM PARIS NA FRANÇA EM 1982


CARTAZ MOLDURADO DO ÚNICO SHOW DE SEU LUIZ EM PARIS FRANÇA, FOI A 17 DE MAIO DE 1982, NO TEATRO A BOBINO A CONVINTE DA CANTORA AMAZONENSE,NAZARÉ PEREIRA A EMBAIXATRÍZ DA MÚSICA NORDESTINA NA EUROPA. SEU LUIZ PASSOU DEZ DIAS EM PARIS. APROVEITOU PARA CONHECER A TORRE EIFFEL E APROVEITO PARA TIRAR FOTOS AO PÉ DA TORRE. PASSEOU NO PARQUE MARCHÉ AUX PUCES DI CLINGNANCOURT,VISITOU O SACRÉ COEUR,TOMOU CHOPP NA CÉLEBRE PRAÇA DA CONTRESCARPE, (quartel-general da colônia Brasileira ) DEU ENTREVISTAS A RADIOS E JORNAIS FRANCESES COMEU QUEIJOS TOMOU VINHOS FRANCES,PURA MORDOMIA.PARA UM NORDESTINO FORROZEIRO... CONVERSSA FIADA? NADA MAIS JUSTO A TODO MERECIMENTO PARA O NOSSO REI DO BAIÃO LUIZ GONZAGA, SEM NEHUMA SOMBRA DE DÚVIDAS.
Postado por ACERVO GONZAGÃO EM SERRINHA BAHIAàs 21:38



G.R.E.S. UNIDOS DA TIJUCA HOMENAGEIA GONZAGÃO NO CARNAVAL 2012



O DIA EM QUE TODA A REALEZA DESEMBARCOU NA AVENIDA PARA COROAR - O REI LUIZ DO SERTÃO

“Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão;
que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes,
os valentes, os covardes, o amor.”

Luiz Gonzaga

Toca a sanfona porque a festa vai começar!
Abre e fecha esse fole que a comitiva vai chegar
A Avenida é a estrada que leva sertão adentro
E ninguém que aqui está esquecerá esse momento.

De lembrar que, em noite de estrela, nasceu um rei no sertão
Que virou majestade de tanto ensinar o baião
Andando e cantando a história de seu povo
Cem anos depois, ele vai ser coroado de novo.

Convidamos reis e rainhas pra mostrar que desde menino
Luiz Gonzaga, o Lua, já tinha de astro o destino
Mostrava o sorriso e a alegria, cantava e dava lição
Mas lá no fundo guardava saudade no coração.

Senhoras e senhores, o roteiro dessa viagem
Leva a terras distantes, onde um povo de coragem
Desafia a seca e a poeira, do barro ganha a vida
Esculpe a terra, tece a renda, de sol a sol nessa lida

No mercado, montam a banca e é bonito de se ver
E de tudo que há no mundo, nele tem para vender
Cores, cheiros, sabores da cultura nordestina
Lá se compra toda a sorte dessa vida Severina.

Segue o comboio real, vai cruzando o caminho
No lombo do burro, chega às terras de Vitalino
O mestre da escultura, que todo mundo copia
Bonecos que contam a vida, as coisas do dia a dia.

Mas pra conhecer o sertão, é preciso ter coragem
Atravessar a caatinga, seguir em frente a viagem
Pedir benção, rezar com fé, ser beato, ser romeiro
E reunir com toda a tropa, lá na Missa do Vaqueiro.

Senhores, rainhas e reis, o Rei do Baião anuncia
Que, depois de tanta reza, vai crescer a valentia
É pegar a beira do rio, é ser Lampião e Corisco
Pra conhecer a beleza do Vale do São Francisco.

Andar pela margem pra ver a vida que brota dos rios
O Velho Chico crescendo, com água que vem dos baixios
A cana, os frutos, o gado, o canto do passarinho
Cantar a saudade do rei, desse tempo de menino,

Toca a boiada, vaqueiro! Segue em guarda o cangaço
Que cada afluente que corre do Velho Chico é um braço
Desce pro sul até ver carrancas que trazem a sorte
A cara feia que espanta não deixa ter medo da morte.

“Simbora” que vem a noite, é hora de ver balão
Que as festas já começaram, tem “arraiá”, tem quentão
São José foi no plantio, na colheita é São João
A quadrilha já tá pronta, vai ter forró e baião.

E a sanfona anima o povo, todos vão se apresentar
Pra comitiva real, ao som do fole brincar
Bumba meu boi, maracatu, frevo, pagode e reisado
E tudo que precisar pra gente ficar animado.

Foi cantando pelo sertão que Gonzaga virou rei
De tanto cantarem junto, sua canção hoje é lei
Da poesia na praça, da valentia e coragem
Sua lição ganha as rádios, difunde sua mensagem.

Nas estações onde passa, vai contando sua vida
Espalha alegria e raça, hoje ganha a Avenida
E a Tijuca agora brinca e pra todo o mundo diz
Que a estrela de Gonzaga no céu descansa feliz.

Paulo Barros (carnavalesco)
Isabel Azevedo
Simone Martins
Ana Paula Trindade

Da redação do Blog da Folha de Exu

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